O espírito natalício
Como é tradição em casa da
Mariana, no dia 1 de dezembro a família reúne-se para fazer o pinheiro. Mas
este ano ia ser diferente, o pai José não podia estar presente. Mas o resto da
família não quebrou a tradição. Montaram o pinheiro sem a presença do pai. A
mãe Maria e o seu irmão João foram buscar a árvore e a caixa com os enfeites de
Natal ao sótão, enquanto a Mariana e a sua irmã Ana foram apanhar musgo às
pedras em frente à sua casa.
A
mãe colocou o pinheiro na sala e os seus filhos colocaram as bolas, as luzes e
as fitas.
De seguida foram fazer o
presépio. Construíram uma cabana para Maria, José, Jesus, a vaquinha e o burro.
Depois de enfeitarem o pinheiro, começaram a decorar a casa na parte de fora. O
João colocou o Pai Natal perto da chaminé, a Mariana enfeitou as grades com as luzes
e a mãe e a irmã decoraram algumas árvores do jardim. Quando o pai chegou a
casa ficou surpreendido com o trabalho da família.
Ao fim do dia, os três
irmãos foram cada qual para o seu quarto escrever a carta ao Pai Natal. A carta
de Mariana era pequena, ela já era crescida e sabia que o Pai Natal não existia
de verdade. Pediu apenas um livro que tinha saído há pouco. Os seus irmãos como
eram mais novos, ainda acreditavam que o Pai Natal existia. João pediu uma bola
de futebol e prometeu que se portava bem. Ana escreveu uma carta maior com uma
lista de coisas que queria receber: uma bolsa cor-de-rosa, um microfone para
cantar, uma corda para saltar, mas o que se destacava mais naquela lista era o
nenuco que falava, ria e comia.
Os pais aproveitaram o dia
oito, como era feriado para comprarem os presentes para os filhos, enquanto
estes ficaram a brincar com os primos. Quando os filhos chegaram a casa, viram
que o pinheiro estava cheio de prendas. Então tentaram descobrir o que cada um
ia receber.
- O que será que compraram
para mim?- queria saber Mariana.
- Será que me compraram uma
bola de futebol?-perguntou João.
-Será que os pais me compraram
o Nenuco que lhes pedi? – interrogou a Ana
De repente apareceu a mãe e
disse-lhes que tinham que esperar até ao dia vinte e cinco para abrirem os
presentes.
-Mas mãe ainda falta tanto
tempo!-exclamou a Ana.
Os dias passaram rápido e
num abrir e fechar de olhos já estavam no dia vinte e três de Dezembro. A
família foi às compras para a ceia de Natal. Compraram o bacalhau, alguns
doces, o famoso sortido, nozes e mais algumas surpresas para a ceia de Natal.
No dia vinte e quatro
acordaram bem cedo para começarem com os preparativos. Ainda faltava comprar
algumas coisas, então a mãe e as duas filhas foram comprar o pão de ló, o bolo-rei,
o queijo, os pinhões, o champanhe, sumo para as crianças, o cabrito, as couves
e as batatas. O pai e o João ficaram a pôr as mesas na sala. Quando Maria
chegou, começou por fazer alguns arranjos para enfeitar as mesas. O João pediu
à mãe que lhe fizesse um arranjo para a mesa dele com uma vela vermelha e muito
azevinho com bolinhas vermelhas.
De seguida, foram preparar
as mesas com a toalha de Natal e guardanapos vermelhos. A mãe tinha comprado um
serviço de pratos e copos com decorações de Natal. Começaram a fazer os
formigos, as rabanadas, a aletria, o leite-creme e um bolo de chocolate. De
seguida prepararam o jantar. A Mariana e o João descascaram as batatas para o
jantar enquanto a mãe preparava as couves com a ajuda da Ana. Estavam todos
numa ânsia que chegasse a hora de abrir os presentes. Já estava tudo preparado
quando a restante família chegou, mas as crianças continuavam ansiosas por
abrir as prendas. Então foram mostrar à família o pinheiro de Natal e
aproveitaram para ligarem as luzes. A família adorou a árvore de Natal e foram
para a mesa para iniciar o jantar. Enquanto jantavam, comentavam como seria o
Natal dos sem-abrigo, dos doentes, da restante família, das pessoas pobres, e
falavam como iria começar o próximo ano. Entretanto acabaram de jantar, os mais
crescidos foram jogar às cartas, e as crianças jogaram ao dominó, ao “quatro em
linha” e ao uno, enquanto as mulheres arrumavam a louça do jantar. Para ajudar
a passar o tempo, foram petiscando uns docinhos. Fizeram algumas brincadeiras e
por fim chegou a hora de irem à missa do galo. Quando chegaram da missa, foram
surpreendidos com a presença do pai Natal. Entrou e começou a distribuir os
presentes. Todos adoraram e brincaram com os presentes novos. Assim acabou a
ceia de Natal.
No dia vinte e cinco, dia de
Natal, a família juntou-se novamente para almoçar. Passaram uma tarde a jogarem
e com muita brincadeira. As crianças estavam todas entusiasmadas com o que
tinham recebido.
Catarina
Araújo, nº 7, 6º C
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