segunda-feira, 14 de novembro de 2016



Textos epistolares a partir do conto "A galinha" de Vergílio Ferreira
                                               


                                                                             Souto S. Salvador, 25/11/2014
Olá, Daisy,

Nem imaginas o que se está passando por aqui.
Há uns tempos para cá, gerou-se uma guerra, aqui na minha aldeia. Parece que o povo está todo maluco por causa de umas simples galinhas de barro trocadas.
Estás a ver aquela família que mora para os lados de cima, à beira da igreja? Aquelas duas casas bem lá à beira e sem ninguém perto?
Pronto, essa família foi a causa da guerra, a Dona Joaquina e a sua cunhada Adelaide foram à feira e desde esse dia anda um bate-papo por aqui. Toda a gente está envolvida, é que ninguém escapa, nem mesmo a minha família. A Dona Joaquina conta a sua versão a uns e a Dona Adelaide a sua a outros.
Já estou mesmo a ver que daqui a pouco vão se formar partidos! 
No outro dia, a guarda teve que vir separar a família da ponte e a do carreirinho pois entraram ali numa discussão com direito a fogo! Eu até agora não percebi porquê tanto burburinho por causa de umas galinhas, que nem sequer eram bonitas.
O meu pai foi ao café e em vez de ser aquela rotina habitual como sempre de jogar à sueca e beber umas cervejolas, não tinha nada a ver. Estavam numa tremenda discussão sobre quem tinha razão sobre a galinha.
Por agora não tenho mais que te contar.

Beijos e abraços da tua amiga
                                                                                                              Joana
P.S: Manda-me notícias .


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