Textos epistolares a partir do conto "A galinha" de Vergílio Ferreira
Souto S. Salvador, 25/11/2014
Olá, Daisy,
Nem imaginas o que se está
passando por aqui.
Há uns tempos para cá,
gerou-se uma guerra, aqui na minha aldeia. Parece que o povo está todo maluco
por causa de umas simples galinhas de barro trocadas.
Estás a ver aquela família
que mora para os lados de cima, à beira da igreja? Aquelas duas casas bem lá à
beira e sem ninguém perto?
Pronto, essa família foi a
causa da guerra, a Dona Joaquina e a sua cunhada Adelaide foram à feira e desde
esse dia anda um bate-papo por aqui. Toda a gente está envolvida, é que ninguém
escapa, nem mesmo a minha família. A Dona Joaquina conta a sua versão a uns e a
Dona Adelaide a sua a outros.
Já estou mesmo a ver que
daqui a pouco vão se formar partidos!
No outro dia, a guarda
teve que vir separar a família da ponte e a do carreirinho pois entraram ali
numa discussão com direito a fogo! Eu até agora não percebi porquê tanto burburinho
por causa de umas galinhas, que nem sequer eram bonitas.
O meu pai foi ao café e em
vez de ser aquela rotina habitual como sempre de jogar à sueca e beber umas cervejolas,
não tinha nada a ver. Estavam numa tremenda discussão sobre quem tinha razão
sobre a galinha.
Por agora não tenho mais
que te contar.
Beijos e abraços da tua amiga
Joana
P.S: Manda-me notícias .
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