segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

CLUBE  DE MÚSICA

Na sua viagem pelos Projetos e Clubes do Agrupamento de escolas de Briteiros, o Clube de Jornalismo foi agora informar-se sobre o Clube de Música.


   Entrevista à professora Isabel Jantarada




Apresentação:

Sou a professora Isabel Pacheco Jantarada.


Clube de jornalismo: Há quanto tempo dá aulas?

Isabel Jantarada: Leciono há mais de 23 anos.

Clube de Jornalismo: Qual é o clube que dinamiza?

Isabel Jantarada: O clube de Música.

Clube de Jornalismo: Como surgiu a ideia do clube?

Isabel Jantarada: O Clube de Música está ligado ao grupo disciplinar de Educação Musical e tem como objetivo desenvolver atividades paralelas  e complementares às propostas das aulas de Educação Musical,nomeadamente, no domínio da pratica instrumental. Aqui, os alunos tocam guitarra, violino, piano e instrumentos de percussão. O Clube nasce da necessidade de realizar atividades diferenciadas com os alunos. Tem como  principal finalidade a criação de bases que proporcionem a todos os alunos da escola que gostam de música a possibilidade de participarem.

Clube de Jornalismo: Há quanto tempo existe o clube?

Isabel Jantarada: O clube existe há mais de 8 anos.


                                                       Muito obrigada professora Isabel!




Elaboradas  por : Fabiana Maia, 5º B;
                              Sofia Lima, 5º B.









Texto elaborado pela   Joana Alves, 5º B, com a professora Conceição Ferreira.


Tudo é possível
            Era uma vez uma pobre família que vivia numa pequena e aborrecida aldeia. Mariana e Beatriz eram filhas de um humilde casal que dedicava todos os seus dias ao trabalho. Mariana era a filha mais velha, um exemplo a seguir, segundo o doce e inocente olhar de Beatriz. Era determinada, carinhosa e sempre preocupada com o bem-estar da sua pequena irmã.
            A capacidade de sonhar era algo muito característico destas duas irmãs. Mariana adorava música, todos os sons à sua volta eram melodia para os seus ouvidos. Assim, esta sonhava ter uma guitarra, para aprender a tocar e fazer da música a sua vida. Por sua vez, Beatriz vivia no mundo da fantasia. O seu sonho era visitar um dos maiores estúdios de animação infantil de todo o mundo, a DisneyLand Paris. A falta de possibilidades desta família fazia com que estas jovens sonhadoras ficassem impedidas de realizar os seus sonhos.
            Um dia Mariana acordou determinada a fazer algo para mudar a sua vida, decidiu então procurar emprego. Procurou pelos arredores da aldeia, mas sem sucesso, acabando por no final do dia regressar a casa um pouco desamimada. No dia seguinte, foi novamente determinada para a cidade, e foi então que uma senhora se comoveu com a situação da pobre rapariga e lhe ofereceu emprego.
            Mariana passou a ter uma vida atarefada: todos os dias se deslocava para a cidade, trabalhava, não tinha tempo para aproveitar a sua adolescência, mas o facto de receber um bom ordenado compensava todo o esforço e dedicação. A concretização do seu sonho estava cada vez mais próxima.
            Passados alguns meses, Mariana já tinha poupado uma boa quantia. Precisamente a quantia ideal para conseguir pagar a guitarra que há anos cobiçava! Ao partilhar a boa nova com a sua família, os seus pais ficaram bastante emocionados ao ver o esforço da filha a ser recompensado. Por sua vez Beatriz, apesar de também ficar bastante feliz pela irmã, não conseguiu esconder a tristeza que estava a sentir naquele momento, pois via o seu sonho ainda longe de ser realizado.
            A verdade é que Mariana conhecia muito bem a sua irmã e apercebeu-se da situação. O descontentamento e frustração da sua irmãzinha fizeram com que esta tomasse uma grande decisão: não iria comprar a guitarra com aquele dinheiro, e ao invés disso ia continuar a trabalhar até conseguir realizar o sonho de Beatriz.
            Agora a motivação de Mariana era outra, acordava muito cedo todos os dias motivada para o seu trabalho, queria realizar o sonho da sua irmã, e compartilhá-lo com ela e com os seus pais, que nunca haviam viajado.
            Um ano se tinha passado e Mariana tinha conseguido finalmente o dinheiro suficiente para viajar com a sua família até à Disneyland.
Quando lá chegaram, as duas irmãs ficaram muito felizes,principalmente a Beatriz porque tinham conseguido realizar o seu sonho graças à sua irmã e ao seu esforço.
            Foi aí que Mariana percebeu que todo o seu esforço tinha valido a pena, o brilho no olhar da sua pequena irmã e aquele sorriso tão verdadeiro foram a melhor recompensa.
Devido à generosidade de Mariana para com a sua irmã, os pais das duas meninas trabalharam arduamente e ofereceram a Mariana a guitarra que ela tanto cobiçava. Assim, as duas irmãs conseguiram conquistar os seus maiores sonhos.
Com trabalho e dedicação tudo é possível, até o que parece estar mais longe!

                                  
                                                                 Joana Alves, 5º B




sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018


SENSIBILIZAÇÃO SOBRE SAÚDE MENTAL NA ADOLESCÊNCIA:
“FelizMente”

No âmbito do Projeto Mais e Melhor Saúde, o Serviço de Psicologia e Orientação do Agrupamento dinamizou, com todas as turmas do 9.º ano, sessões de Sensibilização sobre Saúde Mental na adolescência, realizadas no decurso das aulas de EMRC e de Cidadania, entre os dias 20 e 23 de fevereiro.
As sessões visaram a satisfação dos seguintes objetivos:
(i) fomentar a consciencialização da saúde mental enquanto constituinte do processo de saúde geral;
(ii) desmistificar e clarificar ideias preconcebidas e o estigma em torno da doença/perturbação mental;
(iii) consciencializar para as principais perturbações mentais na adolescência;
(iv) promover atitudes, comportamentos e ações preventivas facilitadoras de uma adequada saúde mental entre os adolescentes.










terça-feira, 20 de fevereiro de 2018





O Dia Mundial de Luta Contra o Cancro celebrou-se no dia 4 de fevereiro de 2018.
O objetivo do Dia Mundial de Luta Contra o Cancro é desmistificar algumas das ideias pré-concebidas sobre o cancro e informar sobre os factos reais da doença.
Ao nível do Agrupamento de Escolas de Briteiros promoveram-se as seguintes atividades:
Na biblioteca, uma exposição com recurso ao Kit de ferramentas para escolas e agrupamentos e disponibilizou-se um conjunto de livros que abordam o tema;
Fez-se uma exposição na tentativa de criar oportunidades para se falar de cancro, sensibilizar e educar para a saúde, a comunidade educativa, sobre o tema: "Nós podemos. Eu posso.”, enviada pelo Núcleo Regional do Centro da Liga Portuguesa Contra o Cancro e adoção de hábitos de vida saudáveis;
Nas aulas de Cidadania, do 9º ano, os respetivos diretores de turma promoveram uma ação de sensibilização sobre a temática e distribuíram-se panfletos, "Nós podemos. Eu posso.”, aos alunos e aos respetivos Encarregados de Educação;
Por último, houve a participação na campanha nas redes sociais.


















Comemoração do Dia Internacional da Não Violência
30 e 31 janeiro

A equipa do Projeto MMS (Mais e Melhor Saúde), em colaboração com o SPO (Serviço de Psicologia e Orientação), do Agrupamento organizaram algumas iniciativas para a comemoração do Dia Internacional da Não Violência, celebrado internacionalmente a 31 de janeiro. De uma forma geral, pretendeu-se com estas atividades dotar os alunos de informações sobre a violência e sensibilizar toda a comunidade escolar para a importância do seu papel individual, associado à força do coletivo, na construção da Paz e, como tal, no respeito pelos direitos humanos.
Com vista à consecução destes objetivos foram levadas a cabo a seguintes atividades:
·         Preparação de material de sensibilização e informação, consubstanciado num Powerpoint com orientações para os Diretores de Turma, de forma  a que na semana de 28 de janeiro a 2 de fevereiro, no decurso das aulas de Cidadania, fossem abordadas as razões da comemoração do Dia Internacional da Não Violência refletindo-se sobre a temática, de forma a que os alunos pudessem reter orientações gerais, atitudes e comportamentos de não violência e de promoção da Paz.
·         No átrio de entrada da escola, de forma a sensibilizar toda a comunidade escolar para a temática, foi organizada uma exposição com imagens expressivas e elucidativas dos vários tipos de violência, incidindo particularmente no domínio da violência doméstica;
·         Organização de uma sessão de sensibilização destinada a todos os alunos do 5.º ano, versando especificamente a temática do Bullyin e Cyberbullying, dinamizada pelo Núcleo Escola Segura da Guarda Nacional Republicana, no dia 31 de janeiro, na sala 22, no horário das 9:45 às 12:15. Com o objectivo, de se atuar preventivamente sobre esta forma de violência na relação entre pares e alertar os alunos, que se encontram no primeiro ano de adaptação ao contexto educativo da EB 2,3, para as distintas formas de Bullying e como atuar face a situações de agressão, considerámos que esta atividade foi muito positiva e decorreu com bastante sucesso, contribuindo para o desenvolvimento de competências pessoais, sociais e cívicas dos alunos, indo ao encontro das metas educativas do agrupamento.
Em jeito de balanço, considerando as várias atividades desenvolvidas, foram cumpridos os objetivos previstos no âmbito da atividade de comemoração do Dia Internacional da Não Violência.










segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018



DIZER NÃO À VIOLÊNCIA NO NAMORO!     

Um dia depois da data comemorativa do Dia dos Namorados, foram organizadas pelo Serviço de Psicologia e Orientação, em articulação com o Projeto Mais e Melhor Saúde, a dinamização de Sessões de Sensibilização sobre a Violência no Namoro, junto dos alunos do 9.º ano, com a colaboração do Núcleo Escola Segura da GNR. Desta forma, foi possível refletir sobre as implicações desta problemática que afeta cada vez mais jovens, sendo preditora de comportamentos futuros de violência doméstica e de disrupção sociofamiliar, com a finalidade de prevenir a violência sobre todas as formas.
Através da apresentação de situações concretas e de casos reais, a iniciativa procurou consciencializar e alertar para a realidade da violência nas relações de namoro e dotar os alunos de estratégias de prevenção e atuação face a comportamentos de vitimação na intimidade. Procurou-se, ainda, criar nos alunos a noção de que não podem desvalorizar-se quaisquer formas de violência, já que estas têm repercussões a vários níveis; e que desconstruir a normalização/legitimação destes comportamentos será minimizar a probabilidade dos jovens se manterem em relações violentas. Nos momentos finais dos blocos horários destinados às sessões, foi realizado um exercício de reflexão no qual os alunos registaram mensagens sobre a temática em análise, posteriormente trabalhadas pelo SPO, que elaborou um Cartaz Informativo sobre o tema, com a finalidade de aumentar o potencial de disseminação da informação pelos restantes alunos da Comunidade Educativa.
No intervalo entre os blocos destinados às sessões, as alunas Fabiana Vieira do 8.ºB e Ana Filipa Ribeiro do 9ºC, inscritas no Clube de Música, numa iniciativa que integrou as atividades da Semana dos Afetos e do Dia dos Namorados, interpretaram, para toda a comunidade escolar, a música intitulada "You are the reason", de Callum Scott.









domingo, 18 de fevereiro de 2018



PARTICIPAÇÃO DO AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE BRITEIROS NO PROJETO ERASMUS+ “TAKE ACTION TODAY TO STOP BULLYING! BUILDING BRIDGES BETWEEN PEERS”


Em representação do Agrupamento de Escolas de Briteiros, a psicóloga Ana Sofia Melo, integrou a equipa portuguesa participante na primeira reunião de trabalho internacional (First Learning/Teaching/Training Activity), do Projeto Erasmus+ “Take action today to stop bullying! Building bridges between peers”, realizada na Lituânia entre os dias 22 e 26 de janeiro de 2017. Para além do país anfitrião, participaram neste encontro professores e alunos de várias entidades educativas de países como Espanha, Itália, República Checa e Turquia.
Apesar do manto de neve e dos dias frios que se fizeram sentir (que chegaram aos 15 graus negativos!), foi uma semana “calorosa” em acolhimento, aprendizagem e partilha!
Contando com um programa muito bem estruturado, que envolveu visitas a diferentes estabelecimentos de ensino para conhecimento da realidade educativa e dinamização de momentos de formação e aprendizagem entre pares, mais concretamente em torno das especificidades do bullying verbal e do cyberbulliyng; foram ainda criadas oportunidades de participação em diversos workshops e iniciativas de carater sociocultural, com o envolvimento de professores e alunos lituanos.
Sob o lema “prevenir é o melhor remédio”, particular destaque foi dado à capacidade das escolas se organizarem para além de uma missão eminentemente académica e desenvolverem iniciativas (e.g., clubes diversificados; atividades de acolhimento a novos alunos e de comemoração de dias significativos; formação e sensibilização de pais, alunos e professores face a temáticas diversificadas; iniciativas artísticas, culturais e desportivas; criação de serviços especializados de apoio ao aluno e à família), que visem a construção de um clima escolar mais saudável, cooperante e positivo; no qual alunos, professores e pais estabeleçam laços e se envolvam em projetos educativos promotores do desenvolvimento de competências e de valores fundamentais de respeito pela individualidade, diversidade e unicidade de cada um. Este é o primeiro passo das escolas para fazer “Stop ao Bullying”!

A Psicóloga do SPO,
Ana Sofia Melo 














sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018









Textos alusivos ao Carnaval




8º ano, professora Carla Esteves

Carnaval, reina a alegria,
A brincadeira,
Risos e harmonia.
Neste dia especial,
As pessoas escondem-se nas fantasias,
Vão pelas ruas
A bailar e a sorrir.
Lá diz o ditado, é Carnaval ninguém leva a mal.


Carnaval

O Carnaval é uma festa
Onde reina a folia.
Celebra-se o último dia,
antes do início da Quaresma.

Uns vivem-no em família,
Fantasiando-se e deliciando-se;
Outros comemoram com o público,
Desfilando com euforia.

Para mim, o Carnaval é diversão,
É um momento de ilusão.
Como, bebo e fantasio-me,
Como se fosse o último minuto de emoção.
                                                                                               Marta Silva 8ºD










A vida é assim...

Fabiana Vieira, 8º B, professora Carla Celeste




Todos os dias ao acordar, deixo a minha “persiana” abrir lentamente, acionando automaticamente a minha mão direita para coçar levemente o canto direito do meu olho esquerdo, ou vice – versa, retirando os pequenos pedaços de lágrimas secas a que chamamos remelas.
Ponho – me a pé, ainda a espreguiçar, e da minha “janela” vejo novamente a minha casa (talvez, quem sabe, pela última vez). Então aprecio todas as suas formas e cores acompanhando o meu olhar com um suave toque prolongado pelo corrimão, enquanto os meus pés tocam no frio mármore das minhas escadas. Chegando lá abaixo, calço os meus chinelos e visto uma roupa quente, preparando – me para o que me espera lá fora. Sinto o café queimar – me a língua, enquanto levo um pedaço de pão com manteiga mal barrada à boca.
Olho em volta e pela minha “janela” vejo o meu pai e o meu irmão. Antes de sair, olho – me ao espelho mais uma vez só para dizer “Tu és linda!” e vou – me embora, enquanto deixo cair por casa uma despedida invejosa, por saber que eu vou para a escola e os outros vão continuar lá a amorracar.
Caminho lentamente até à minha paragem gélida e desgastada, enquanto converso com o meu prizinho (primo + vizinho. Olha eu a armar – me em Mia Couto). Da minha “janelinha” eu consigo mirar num rápido os carros que me acompanham pelo negro asfalto cor da noite, apontando as luzes ofuscantes na direção dos meus glóbulos oculares. Chegando à paragem, tenho a espera incessante pelo autocarro, que de qualquer maneira é mais quente que o frio cortante que corre no exterior. Vejo os meus colegas de paragem chegar, deixando um “Bom dia” às meninas e retirando as mãos meias quentes, meias frias do bolso para cumprimentar todos os machos que se encontrarem por lá. Enquanto esperamos, o silêncio pesado instala – se no nosso pequeno refúgio, sendo interrompido de vez em quando por algo como “As minhas mãos estão frias” ou “Olha, o autocarro já vai ali”. Nem sempre é assim, mas hoje, hoje é. Então, no meio de todo esse silêncio, ouve – se uma voz que diz “Chegou!” e nesse mesmo instante todos começam a pegar em toda a série de trouxas que os vai acompanhar todo o santo dia e todos dão um passo em frente, esperando que o automóvel verde e normalmente com um tipo específico e bem patrocinado de publicidade pare em frente do sortudo que sentirá a primeira lufada de ar quente. Entramos e sentamo –nos nos lugares do costume, quase parecem pré definidos. O meu é ao lado esquerdo do meu primo, atrás de uma cadeira que diz “B.S.C” (penso que foi escrito por algum tipo de adepto analfabeto que nem sequer a sigla do seu clube sabe… ou pode ter sido algum engraçadinho que decidiu juntar as raças…, mas não interessa). O autocarro continua o seu caminho, acompanhado por uma música folclore “fabulosa” que não dá tréguas a ninguém. Eu, já um pouco pálida dos enjoos frequentes que tenho nas viagens de autocarro, sinto – me aliviada, mas ao mesmo tempo não, por ver de longe as compridas e verdes grades que se estendem ao longo da nossa escola.
O autocarro para no sítio do costume e nós, uns pela porta da frente, outros pelas traseiras, saímos rapidamente para não ouvirmos nenhum sermão dirigido a nós (é que ninguém gosta). Aí, sigo o caminho habitual até ao que eu gosto de chamar a minha “prisão da semana”! O portão está aberto e, a muito custo, eu entro e passo o meu cartão, olhando para a minha cara ridiculamente feia que se estende sobre o ecrã (é que sinceramente eu não sei o que é que eles fazem, porque põem toda a gente com cara de peixe mal morto pintado pelo diabo às escuras!). Cumprimento as minhas amigas que já lá estão e juntas vamos para dentro da escola (Yupi!). Entramos e seguimos caminho até às escadas onde pousamos as mochilas e falamos sobre qualquer coisa que de interessante nada tem (só mesmo para entreter). Toca e dirigimo – nos à sala A06 para ter E.V. e, de manhã, seguem – se as salas C27, C25 e A03.
 E fiiinaaaalmmenteeeee, toca para almoçar! Dirigimo– nos para a fila, apesar de que, para vos ser sincera, eu nunca espero nas filas, eu sigo sempre AO LONGO da fila em busca de alguém que eu conheça e a quem me possa, disfarçadamente, abraçar e ficar lá até encontrar alguém que esteja ainda mais perto da COMIIIIDA. Chego ao meu destino e pego no tabuleiro, em seguida nos talheres e seguidamente no copo. Passo pela sopa e vejo o prato que está mais vazio, o meu, e deixo um “Bom dia” às cozinheiras (senhoras muito simpáticas), pegando no meu prato com comida. Hoje é frango assado e massa e para sobremesa tiro uma taça com bola de gelado, não uma, não duas, não…esperem, por acaso são só duas, o que mesmo assim é considerado sorte. Delicio – me e no fim vou arrumar o meu tabuleiro, saindo do nosso “restaurante escolar”!
Hoje é terça, o que significa que neste intervalo não há cá vadiagem, porque tenho de ir para o teatro. Eu e as minhas melhores amigas dirigimo– nos ao auditório, abrindo a porta e pedindo desculpa pelo atraso (a pausa para a casinha demorou um pouco mais que o esperado! Ops!). A professora está em cima da cadeira que se encontra em cima do palco e nós, os plebeus, sentamo – nos nas cadeiras de baixo (estou a brincar, gosto muito de si, professora!). Ouvimos com muuuuuiiita atenção os recados da professora e no fim, um a um, vamos abandonando a sala, encontrando – nos com os nossos amigos, para desfrutar um pouco do intervalo. Mas, como tudo o que é bom acaba depressa, assim também o nosso intervalo passa a correr e lá temos nós de voltar, agora para a sala D42. Entramos na sala e, depois de dizer o obrigatório “Good afternoon” à professora Marta, cada um senta-se nos seus lugares e tira os seus “Swoshs” da mochila, acompanhado pelo caderno e pelo porta – lápis. Depois toca e, finalmente, para a última aula temos de nos dirigir à sala SV13/1, onde temos E.T. com a nossa diretora de turma, disciplina de que eu até gosto bastante. Neste momento, estou a pintar um quadro sobre a família dos Watersons da série animada   “ O incrível mundo de Gumball”, série que eu até aprecio, mas o quadro é para o meu pirralho de 8 anos, o Martim. Acaba a aula (mas o quadro ainda não, é que eu sou um bocadinho, só um bocadinho lenta!) e eu dirijo – me para o Saxo azul do meu tixi (tio + táxi. Eu acho que me estou a sujeitar a um processamento por plágio, tipo à Tony Carreira!), acompanhada pelo meu primo, para, os três juntos, nos dirigirmos às nossas duas casas germinadas, bem juntinhas. Pelo caminho, falamos sobre como correu o dia de todos e, quase chegados a casa, temos de fazer uma paragem para recolher o meu irmão e a minha prima e depois PARA CASA É QUE É CAMINHO. Chegamos e o meu tio Zé buzina, para confirmar se o seu cão, o Dunga, está cá fora e se há necessidade do meu primo sair do carro para o ir segurar.
Enquanto isso, eu e o meu irmão despedimo – nos e saímos do veículo de quatro rodas movido a gás, para voltarmos para a nossa casinha (de onde nunca devíamos ter saído!). A minha mãe vem apressadamente com o meu outro, mas mais pequeno, maninho ao colo, eu entro e sinto o calorzinho acolhedor da nossa casa. Dou um beijinho seco e barulhento na minha mãe e no meu maninho. Descalço os meus pés suados e malcheirosos, calço os meus chinelos bordô às bolinhas (estilo pin – up) e procuro algum sítio onde me possa sentar. Escolho o meu melhor amigo, o sofá. Sento – me e vejo um pouco de televisão, mas logo de seguida, por muito que eu não queira, tenho que ir lá para cima fazer os trabalhos de casa. Mas antes passo pela cozinha, em busca de algum tipo de prova visual sobre o que será o jantar, tipo C.S.I. Vejo uma colher, um bocado de papel de alumínio e… hmmm sinto um delicioso cheiro a passar pelas minhas narinas. Cheira – me a perna de perú com batatas assadas com aquele molinho delicioso que só a minha mãe ou o meu pai sabem criar e recriar.
Faço os trabalhos de casa que consigo e olho para o relógio. São 18:40, o que significa que é hora de pôr a pata na estrada e rolar até ao centro social de Souto Santa Maria, para ter catequese. Entro, reparo que a luz já está acesa e ouço risos, o que significa que definitivamente o Rúben já lá está. O Rúben é um amigo de infância que por acaso é muito chato e convencido, mas quando quer sabe ser engraçado (à sua maneira, mas pronto tem que ser!) “Prontos, meninos podem sair!”…neste momento todos se dirigem para a porta, incrivelmente calmos, porque na escola parece que uma onda sísmica ultrapassa aquele chão e por toda a parte se ouve cadeiras a bater e pessoas emanadas por um espírito selvagem a correr por 15 minutos de liberdade…mas aqui não, aqui caminhamos calmamente até à porta, se calhar é por sermos apenas 8, mas isso é só um detalhe. Caminho pela minha rua acima que é iluminada por alguns candeeiros de luz fraca e laranja, enquanto tenho em mente a deliciosa perna de perú e as deliciosas batatinhas que vou deixar escorrer pelas minhas goelas abaixo quando chegar a casa.
Chego a casa, já um pouco a ofegar da corridinha que dei rua acima, armada em Usain Bolt, e agora, já com mais calma, vem o meu pai abrir – me a porta e eu entro e digo “Olá a todos”, seguindo imediatamente para a mesa. Sento-me e aquele cheirinho que outrora senti continua lá, no mesmo lugar, e a minha língua percorre os meus lábios salivantes. Tiro comida para o prato e delicio – me, muito feliz. Em seguida, vou tomar um banho, visto o meu pijama do Snoppy, um pouco de televisão, um pouco de telemóvel, mais um pouco de televisão e “P`ra caminha meninos!”. Eu e o meu irmão seguimos em fila para a cama, a minha mãe aconchega e dá um beijinho de boa noite a ambos.
Eu, já deitada, mesmo antes de fechar os olhos, reflito sobre o meu dia, e o quanto ele valeu a pena, tanto que até escrevi um texto sobre ele, tanto que valeu quatro páginas de um dia banal, mas diferente… porque se calhar todos os dias são diferentes, mesmo sem darmos por isso. E antes de fechar os olhos, antes de fechar a boca e dizer uma última palavra entre tantas outras deste dia, eu digo “Obrigado!”. Obrigado a todos os que leram este texto até ao fim, a todos os que fazem os meus dias valerem a pena, a todos os que me fazem levantar a espinha da minha cama confortável e quentinha para sair da porta de minha casa, encontrando este frio imundo que assombra as manhãs de todos os dias; obrigado a todos os que me fazem saber um pouco mais todos os dias, desde Ciências, Português até às artes e muito mais…; obrigado a todos os que me fazem dar um sorriso de alegria, libertador e contagiante, como se fosse o último. E aí fecho os olhos e sorrio, porque amanhã…amanhã é outra história.

                                                 Fabiana Vieira 8ºB