A rapariga da castanha
Ouvem-se estalidos no ar.
São as castanhas a estalar, a estalar…
Está pronta a ser bebida, a jeropiga,
Na garrafeira da aldeia.
E lá vem a rapariga, toda sorrateira,
De tenra idade ainda, aos saltos pela rua fora.
Está feliz e cantarola a sua felicidade.
De boca cheia, cantarola e saboreia …
As castanhas acabadinhas de assar.
Comprou um cartucho delas e assim…
Sozinha a cantarolar, a correr, a saltar…
Festeja o S. Martinho à sua maneira.
De boca cheia a cantarolar…
Lançando perdigotos de castanhas pelo ar,
Sem se incomodar…
Versejando quadras de S. Martinho.
A rapariga diverte-se só ela e o cartucho das castanhas.
Cantarola, salta, ri, saboreia a última castanha.
Amarfanha o cartucho e faz dele uma bola de papel.
Atira-a ao ar e tenta
a sua apanha.
É ela, a rapariga da castanha.
Cândida Passos 11-11-14
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